O festival das flores (Hanamatsuri)
Há mais de 3mil anos atrás, nas proximidades do monte Himalaia na Índia, vivia o rei Sudhowana e a rainha Maya.
Apesar de serem casados há muito tempo, não tinham filhos.
Eis que em uma noite, a rainha sonhou que um elefante branco entrou seu corpo. E o acordar, descobriu que está grávida.
A rainha decidiu voltar para sua terra natal para o parto. Durante a viagem eles pararam num jardim chamado Lumbini para descansar um pouco.
O Lumbini era um jardim muito lindo. Tinha flores de todos os cores.
“Que lindas flores!”
A rainha estendeu a mão para pegar flores. Nesse momento, de repente…
Um menino nasceu do lado direito do braço dela.
Enquanto a rainha ficava admirada com o acontecimento.
Os animais tambem apareceram para comemorar o nascimento do Príncipe.
“O príncipe nasceu!” “O nascimento do príncipe!”
Os passarinhos cantarolando alegremente.
O céu e a terra também estão empatia e as pétalas das flores choveram em volta.
De repente os dois dragões apareceram no céu e fizeram chover doce, chamado Kanro.
Nesse momento, o principe recem-nascido, andou sete passos.
E apontou para o céu com a mão direito, e apontou para a terra com a mão esquerda e disse;
“Eu serei o mais poderoso Buda deste mundo e irei transmitir para todos a o verdadeiro significado da felicidade.”
Ele foi o único Buda nessa terra que pregou os ensinamentos do budismo para nos.
Todos juntos com as mãos postas falaram;
“Parabéns príncipe, obrigado príncipe!”
Sermão de Budismo
Os Presentes de Buda
Tradução: Raphael Melzer
1 A Felicidade Inacabável
O que será que é a felicidade inacabável? ・Será que é morar numa casa grande? ・Será que é viver com as pessoas que amamos? ・Será que é ficar rico? Quem nos ensinou o que é a verdadeira felicidade inacabável foi Shakamuni.
2 Tornar-se um Buda
Shakamuni pensou com muito afinco, e nos ensinou que a verdadeira felicidade está em se tornar um Buda. Mas como será que nos tornamos um Buda? Ao morrermos, nos tornamos um Buda?
3 Mundo de Sofrimentos
Shakamuni nos ensinou que: Nascemos, morremos, reencarnamos, morremos novamente, e assim sucessivamente. Ele chamou isso de “mayoi”*. Isto é, nos ensinou que é um mundo de sofrimento onde não há a verdadeira alegria. *’Confusão’, ou ‘estar perdido’, em japonês.
4 Livrar-se da Confusão
Tornando-se um Buda, saímos desse círculo de confusão, e então vamos para onde não há mais isso, o mundo sem sofrimento.
5 Dois Caminhos
Então, o que podemos fazer para nos tornarmos um Buda? Shakamuni nos ensinou que há dois caminhos.
6 Shōdōmon
O primeiro é o caminho onde almeja-se tornar-se um Buda fazendo boas ações e buscando conhecimento com afinco por um longo tempo. Ele se chama Shōdōmon.
7 Jōdōmon
O outro caminho é onde conhecemos nosso próprio coração, e o qual nos faz saber sobre o coração acalentador de Amida. Este caminho se chama Jōdōmon, e é o mais curto para se tornar um Buda.
8 A Devoção Correta
No Shōdōmon, se fizermos coisas boas, coisas boas acontecerão, se fizermos coisas ruins, certamente coisas ruins acontecerão. Por isso, devote-se às pessoas, e também ao mundo. Não mate, não roube, não minta, não seja agressivo, não brigue, devote-se com afinco. Se fizer isso, obterá o conhecimento de um Buda. É o que diz esse ensinamento. Tanto na Índia, como na China e no Japão também, muitos discípulos se devotaram desta forma. Mestre Shinran também foi um desses discípulos.
9 A Vida de Mestre Shinran
Em 21 de maio de 1173, em Hino, Kyoto, nascia Mestre Shinran. Perdeu o pai aos 4 anos e a mãe aos 8. Aos 9, percebendo a impermanência da vida humana, tornou-se monge do Templo Shōren. Nesse momento, leu um famoso poema. O poema dizia que mesmo pensando que viveremos por muito tempo, como a flor de cerejeira que é derrubada por uma tempestade de madrugada nós também podemos acabar morrendo. Assim, como as pessoas não sabem quando irão morrer, Mestre Shinran declarou que precisava ouvir logo os ensinamentos de Buda para que pudesse encontrar a verdadeira felicidade.
10 20 Anos de Devoção
Depois disso, no Monte Hiei, se devotou intensamente, de modo incomparável, ao Shōdōmon durante 20 anos. Mas o ensinamento de devotar-se corretamente era muito difícil.
11 Coisas Ruins que Acabamos Fazendo
Para vivermos, acabamos matando outros seres vivos. Também acabamos mentindo ou nos estressando. O coração de alguém que odeia o outro é igual ao coração de alguém que tenta matar uma pessoa. Um coração que deseja coisas assim cria muitas coisas ruins para o nosso corpo. Não importa o quanto nos devotamos, se até morrermos juntarmos inúmeras coisas ruins, seríamos seres que vivem apenas para ir para o inferno.
12 A Morte
Além disso, “Os humanos, certamente, nascem para morrer.”, ele pensava isso firmemente. “Não sei quando minha respiração cessará.”, “Então, o que será que vai ser?”, “Só há o inferno para irmos.”. Mestre Shinran via, honestamente, o ser humano desse jeito, e sofria com isso.
13 Rokkakudō
Dizem também que durante cerca de cem dias, rezou à Deusa Kannon, no Rokkakudō, em Kyoto, pedindo que pudesse
14 Os Ensinamentos do Mestre Hōnen
Nessa época, próximo ao atual Templo Chion, num local chamado Yoshimizu, havia um monge muito importante chamado Hōnen. Lá, havendo passado pelo mesmo problema de Mestre Shinran, finalmente havia encontrado o caminho da salvação, e assim ensinava muitas pessoas.
15 A Salvação de Amida
Isso porque encontrou mais um dos ensinamentos de Shakamuni. Um ensinamento chamado Jōdōmon, a salvação pelo Buda Amida.
16 Hōzō
Então, que tipo de pessoa será que é Amida? Essa é uma história de muito tempo atrás, da época de quando vivia um Buda chamado Sejizaiō. Amida, que antes era conhecido como Rei Hōzō, ouviu os ensinamentos de Sejizaiō, e com isso, sentiu-se extremamente inspirado, abandonando o trono e se tornando monge.
17 Shijūhachigan
Hōzō queria, de alguma forma, salvar nós, humanos, que caíamos no inferno como chuva. Então, pensou por um longo tempo, e no lugar de nós, que não conseguiríamos nos devotar de forma correta, fez 48 desejos aos deuses, dizendo: “Devotando-me a coisas boas, quero levá-los a um mundo de paz, à Terra Pura.”
18 Uma Devoção Muito Muito Longa
Para isso, Hōzō se devotou por um longo período de tempo por nós. Sendo nosso substituto para pagar os pecados, chegando a ir para o inferno, e passando por dolorosas devoções.
19 A Salvação pelo Namu Amida Butsu
Com isso, Hōzō se tornou o Buda Amida. E disse: “Recitando do fundo do coração o Namu Amida Butsu, certamente não iremos para o inferno. Além disso, renascendo num mundo de paz, a Terra Pura, podemos nos dedicar igual aos Budas. Por favor, creiam nestas palavras.”
20 A Salvação do Mestre Shinran
Mestre Shinran, ouvindo de Mestre Hōnen a história de Buda, pulou de alegria e recitou o nenbutsu do fundo do coração. Para ele era um desperdício não compartilhar a alegria de saber que poderia ser salvo. Ele não poderia ficar sem chamar o nome de Amida, “Namandabutsu, namandabutsu”. (Nenbutsu) Assim, desde muito tempo, o Buda Amida percebeu que estavam chamando por ele.
21 Namu Amida Butsu
O nenbutsu que recitamos é o nome do Buda Amida. Esse é o maior de todos os tesouros do mundo, e para que esse tesouro nos fosse dado, Amida estava o preparando desde muito tempo atrás. Quando o recitamos, Amida está, através de nossas bocas, chamando a nós, aflitos neste mundo. Dizendo: “Não será apenas depois de morrer, agora, enquanto vivem, também estarei sempre com vocês”.
22 As Bençãos de Mestre Shinran
Mestre Shinran, ouvindo o segundo ensinamento de Shakamuni, nos deu o privilégio de podermos seguir para o Jōdōmon. “Acredite no Namu Amida Butsu, recitando-o.”, com esse ensinamento, até agora, muitas pessoas devem ter encontrado a felicidade. Não importa quando morreremos, estaremos tranquilos. Não importa o que aconteça, teremos a força necessária para superarmos. Por isso, pensando em retribuir a salvação, enquanto recitava o nenbutsu, se devotou ao mundo, às pessoas, transbordando essa energia.
23 Ser Salvo
Mas, mesmo havendo esse ensinamento, se não acreditarmos nele do fundo de nossos corações, não se aplicará a nós. Entender e acreditar são coisas diferentes. Vamos refletir sobre nossas ações, vamos pensar bem sobre apenas conseguir fazer coisas ruins. E, não somente com as crianças, não sabemos quando ninguém morrerá. Já que nascemos como humanos, um dia teremos de morrer. Assim, como Mestre Shinran, sabendo que ao morrermos não podemos ir a outro lugar além do inferno, vamos nos esforçar e ouvir os ensinamentos. Ouvir, ouvir, ouvir até o fim. Esse sentimento, o nenbutsu também, tudo são presentes de Buda. Que se ergue e chama por nós. Por isso, do fundo do coração, vamos nos tornar capazes de recitar o nenbutsu. Buda está, desde muito tempo, esperando chegar esse momento. Fim